Árbitro relata cantos homofóbicos feitos por torcidas de Náutico e CSA
Dyorgenes José Pandovani (CBF/ES) registrou casos de homofobia na súmula
Guilherme Nobre
07/08/2023 às 4:10 - há XX semanas
O show nas arquibancadas dos Aflitos foi uma festa à parte no empate por 0x0 entre Náutico e CSA, nesse domingo (6), pela 16ª rodada da Série B. Porém, novamente foram relatados mais dois casos de homofobia, oriundos dos torcedores. Tanto a torcida alvirrubra quanto a azulina ecoaram cantos de teor homofóbico, segundo a súmula do confronto.
O relato foi feito pelo árbitro Dyorgenes José Pandovani (CBF/ES). Logo com 11 minutos do primeiro tempo, o juiz interrompeu o embate por conta de cantos vindos da torcida do Náutico, aparentemente, em uma provocação aos rivais Santa Cruz e Sport.
"Aos 11 minutos do primeiro tempo de partida, foi escutado da torcida do Clube Náutico Capibaribe, que se encontrava atrás de um dos gols, canto homofóbico da seguinte forma: rema, rema, remador, vou botar no c* tricolor. Se o tricolor for sapa*** vou botar na bunda do leão", diz um relato da súmula.
Após a paralisação do confronto, Dyorgenes foi em direção ao delegado da partida, onde informou o acontecimento. Logo após, os altos falantes dos Aflitos pediram que os cantos fossem cessados e só daí a bola voltou a rolar.
Mas não parou por aí. Com o fim do jogo, o quarto árbitro Diego Fernando Silva de Lima (CBF/PE) informou para Dyorgenes que o delegado ouviu gritos do mesmo teor partindo da torcida azulina, em direção aos alvirrubros.
"Fui informado pelo 4º árbitro da partida, que o delegado do jogo ouviu da torcida do CSA, que se encontrava ao (sic) de um dos gols, um cântico homofóbico que mencionava a palavra "no c* da barbie", fato este que não foi observado por mim", relatou.
O caso pode gerar até punições para os dois clubes, pois a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem adotado uma postura mais combativa aos casos de racismo e de homofobia nos estádios. Em fevereiro deste ano, a CBF adicionou a situação em seu regulamento geral. O caso pode resultar em punição com advertência, multa no valor de até R$ 500 mil, vedação de registro de atletas e perda de pontos, em casos mais graves.
Segundo o balancete financeiro, 15.323 pessoas estiveram presentes nos Aflitos, gerando uma renda superior a R$ 265 mil.
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